segunda-feira, 14 de setembro de 2015

IV





Sergei, Sergei... somos sementes,
latente em nós estão as promessas de todos os tempos;
Eu deveria ser tudo ao qual pertenço, mas não encontro nada...

-Alguém escuta alguém?
Não, Sergei. Ninguém escuta ninguém,
todos ouvem apenas os motivos que os unem.

Cada um de nós, criaturas que somos,
dançando sua própria música
no pavilhão límbico do confinamento.

Olhos vendados pelo lado de dentro
dia por dia, ao final do dia
uma vela, uma luz é apagada e uma porta é fechada em cada cômodo

De uma vasta mansão que nos foi tão familiar
todavia, pois que com o passar dos anos
torna-se fragmentos de lembranças numa escura imensidão.

A perfeição é uma meta a ser seguida e não o alvo a ser alcançado, Sergei...
a liberdade post mortem no abate sincero;
enquanto quarks e léptons dançam sem categorizar o alheio

Em meio à poeira de todos os tempos,
somos e nos comunicamos, unicamente, com a partícula que nos toca.